sexta-feira, 20 de maio de 2011

Nebulosa do Caranguejo


     Registros históricos revelaram que uma nova estrela brilhante o suficiente para ser vista de dia tinha sido registrada na mesma parte do céu por astrônomos chineses e árabes em 1054. Dada sua grande distância, a "estrela aparecida" de dia observada por esses astrônomos, só poderia ter sido uma supernova—uma estrela maciça explodindo, tendo exaurido seu total de energia da fusão nuclear e colapsado em si mesma. A supernova foi visível a olho nu por cerca de dois anos após sua primeira observação. Graças a essas observações, a Nebulosa do Caranguejo se tornou o primeiro objeto astronômico reconhecido como sendo ligado a uma explosão supernova. 


Análises recentes dos registros históricos descobriram que a supernova que criou a Nebulosa do Caranguejo provavelmente ocorreu em abril ou no começo de maio, chegando ao seu brilho máximo de entre magnitude aparente −7 e −4,5 (mais brilhante do que qualquer coisa no céu noturno, exceto pela Lua) em julho. 


No espectro visível, a Nebulosa do Caranguejo consiste de uma massa ovóide de filamentos, cerca de 6 minutos de arco de comprimento e 4 minutos de arco de largura, cercando uma região central azul difusa (em comparação, a Lua cheia tem 30 minutos de arco de diâmetro). 


Os filamentos são os remanescentes da atmosfera da estrela progenitora e consistem basicamente de Hélio e Hidrogênio ionizados, além de Carbono, Oxigênio, Nitrogênio, Ferro, Neônio e Enxofre. As temperaturas do filamento tipicamente estão entre 11.000 e 18.000 K e suas densidades são cerca de 1.300 partículas por cm³.


A Nebulosa do Caranguejo, é também conhecida por Nebulosa da Rolha, Nebulosa da Borboleta e foi catalogada por NGC 1952, M1 - Messier 1, Taurus A; é um remanescente de supernova na constelação de Taurus, a SN 1054, que foi registrada, como uma estrela visível à luz do dia, por astrônomos chineses e árabes em 1054. 


Localizada a uma distância de cerca de 6 300 anos-luz (2 kpc) da Terra, a nebulosa tem um diâmetro de 11 anos-luz (3,4 pc) e está se expandindo à taxa de cerca de 1 500quilômetros por segundo.


A nebulosa contém um pulsar no seu centro que gira trinta vezes por segundo, emitindo pulsos de radiação, de raios gama a ondas de rádio. Esta nebulosa foi o primeiro objeto astronômico identificado com uma explosão supernova histórica.


A nebulosa age como uma fonte de radiação para estudar corpos celestes que estejam ocultos nela. Nos anos 50 e anos 60, a coroa do Sol foi mapeada a partir de observações de ondas de rádio da nebulosa do Caranguejo passando por ela e, mais recentemente, a espessura da atmosfera em Titã, lua de Saturno, foi medida através do bloqueio de raios-X da nebulosa.


Observada pela primeira vez por John Bevis em 1731, e redescoberta de forma independente por Charles Messier em 1758, enquanto observava um cometa brilhante. Messier catalogou-a como primeiro verbete no seu catálogo de objeto relacionados a cometas. 


O Conde de Rosse observou a nebulosa no Castelo de Birr, nos anos 1840, e se referiu ao objeto como a Nebulosa do Caranguejo porque um desenho que ele fez dela se parecia com um caranguejo. 


No início do século XX, a análise de antigas fotografias da nebulosa tiradas vários anos de distância entre si revelou que ela estava se expandindo. Refazendo o caminho da expansão, revelou-se que a nebula devia ter se formado cerca de 900 anos antes.