Introdução
Em Física, como se sabe, utilizamos de uma poderosa arma: a Matemática. Não nos restringimos, naturalmente, à Matemática do Ensino Médio, mas, indo além, utilizamos amplamente do Cálculo, por exemplo. Pretendo, em breve, publicar um pequeno estudo sobre as Leis de Newton e, para tanto, irei necessitar do Cálculo, além de entidades matemáticas chamadas vetores. Para não deixar os leitores abandonados à própria sorte, antes do estudo das Leis da Dinâmica iremos estudar os pré-requisitos para compreender tais Leis. Começaremos isto hoje, neste artigo, introduzindo os conceitos de continuidade e limite de forma intuitiva; posteriormente tornaremos rigorosos esses conceitos, além de aprendermos um pouco sobre derivadas e, Cálculo à parte, também sobre os vetores. Não irei abordar o assunto em grandes detalhes, por questões de espaço; no entanto, tentarei apresentar um conteúdo satisfatório, além de, ao final, deixar recomendações para um estudo mais aprofundado. Também assumo, por parte do leitor, uma certa familiaridade com a Matemática elementar, principalmente com funções e o conjunto dos números reais, (1).
Continuidade e Limite
Sejam e .
Seus gráficos, respectivamente, são:
e
Pode-se facilmente perceber que a linha que corta o gráfico de segue ao longo dele sem nenhuma interrupção; ao contrário, a linha que corta o gráfico de apresenta um “salto” no ponto . Pois bem: quando a linha que corta o gráfico de uma função qualquer passa por um ponto sem “saltar”, dizemos que a função é contínua nesse ponto . Em nosso exemplo a função é contínua em todo ponto de seu domínio, ao passo que a função não é contínua no ponto .
Agora, observemos o seguinte gráfico:
Veja que quando se aproxima de , então se aproxima de , de modo que quanto mais próximo de estiver , mais próximo de estará ; sem que, no entanto, . Dizemos, então, que o limite de , quando tende a é ; matematicamente:
Note que isso só acontecerá se a função estiver definida e for contínua em . Do contrário ter-se-á que
Neste caso é o valor que a função deveria ter para ser contínua no ponto dado.
Exemplos
Exemplo 1. Seja . Ela é contínua no ponto ? Calcule seu limite nesse ponto, caso exista.
Conforme vimos no primeiro gráfico ela é contínua em todo ponto de seu domínio; logo, também em . O valor de seu limite no ponto dado é, então
Exemplo 2. Seja . Ela é contínua em ? Calcule seu limite, caso exista.
Montando o gráfico podemos constatar que ela não é contínua em e, portanto, seu limite não existe nesse ponto; ou seja, . Devemos, então, encontrar o valor que a função deveria ter para ser contínua em . Fazemos isto, assim: para temos que
,
visto que os termos iguais se cancelam. Portanto,
.
Conclusão
Espero que esta breve introdução aos fundamentos do Cálculo tenha sido suficientemente clara, agradável e útil. Espero também que os próximos artigos permaneçam assim, também. Para um estudo mais aprofundado, consulte os seguintes livros:
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